Allan D'Arcangelo
Ano, local de nascimento 1930, Estados Unidos
Ano, local de morte 1998, Estados Unidos
Depois de ter estudado história da arte na University at Buffalo, Allan D’Arcangelo, filho de imigrantes italianos, muda-se para Nova Iorque em 1953 e frequenta a School of Social Research. Mais tarde, a partir de 1955, graças a uma bolsa, vive no México onde durante dois anos estuda arte no Mexico City College sob a orientação de John Golding. A sua primeira exposição individual é organizada nesse país, em 1958, na Galería Genova. O seu estilo é, então, próximo do construtivismo.
A partir de então, evolui rapidamente, utilizando tinta acrílica em grandes superfícies planas, simplificando o desenho ao máximo para que a imagem tenha o maior impacto possível. Concebe a pintura American Madonna #1, em 1962, como um ícone da modernidade, com a bandeira americana, as palavras («Export», «No Hooks») dispostas como numa embalagem e um pormenor do célebre retrato duplo de Grant Wood, American Gothic [Gótico Americano], 1930, representação simbólica dos valores de uma América puritana, reacionária, fechada sobre si própria. Noutras pinturas, associa um astronauta a uma pin-up, à bandeira americana, à Estátua da Liberdade...
Na sequência de uma longa viagem à boleia, atravessando o país de lés a lés (entre 1961 e 1962), começa a pintar paisagens. Essa imersão profunda no «vazio» da América permite-lhe, a partir de 1963, representar as highways, essas autoestradas lendárias e intermináveis que – animadas por semáforos, sinais de trânsito, sinais a indicar estações de serviço ou anúncios publicitários – atravessam o país. Criando grandes superfícies lisas de tinta acrílica, retrata sobretudo paisagens noturnas em que sombras chinesas se ligam ao preto do asfalto, pontuadas por imagens luminosas, com uma grande linha de fuga central fluorescente. Estas pinturas assumem geralmente o nome da estrada em questão (como US 1) ou de um elemento visual (como Esso ou Gulf). As formas e cores são muito simplificadas, próximas da sinalética que o automobilista vê ao conduzir estrada fora. Para aumentar o seu realismo, cola fotografias sobre as telas e incorpora-as nos seus desenhos e cores.
D’Arcangelo torna-se o especialista desses ícones, encarnando a imagética ultra-Pop. Obtém grande sucesso com essas representações de estradas (como Highway U.S. 1 # 3, 1963), bem como de paisagens industriais. A sua primeira exposição individual em Nova Iorque, onde se instala, tem lugar na Fischbach Gallery em 1963; será desde então reconhecido como um dos protagonistas do movimento Pop (participa, em 1964, na exposição American Landscape Painting [Pintura de Paisagens Americanas] no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque; expõe na Galerie Ileana Sonnabend, em Paris, em 1965; e junta-se à Marlborough Gallery em 1971). Os anos que se seguem são um período de grande atividade marcado por pinturas murais em Nova Iorque e pela publicidade. Manipula as imagens, passando da realidade à ilusão, jogando com a ambiguidade entre o real e a ficção, daí o título Smoke Dream [Sonho de fumo] dado a várias das suas obras. Em meados dos anos de 1970, pinta as superstruturas de pontes, cabos, pilares... Allan D’Arcangelo também se dedicou bastante à gravura, criando litografias e serigrafias. Nas suas últimas obras, introduz objetos reais, gradeamentos, barreiras de sinalização, persianas...
A sua posição em relação ao meio artístico é um pouco peculiar, uma vez que foi professor de arte durante grande parte da sua vida, na New York School of Visual Arts (1963-1968), na Cornell University em Ithaca e no Brooklyn College (a partir de 1969), bem como no Institute of Humanistic Studies em Aspen. Isso explica, em parte, que seja um pouco menos conhecido que os seus pares, ainda que tenha estado associado a todas as grandes exposições que marcaram a história do movimento Pop.
AC