Jean (Hans) Arp
Ano, local de nascimento 1886, Alemanha
Ano, local de morte 1966, Suíça
Nacionalidade França
O jovem Hans Arp (que adotará a versão francesa do nome em 1939) frequenta o atelier do pintor Georges Ritleng, defronte da fábrica de charutos do pai. Este último recusa-lhe a ida a Paris e envia-o para Weimar, onde Arp descobre as diversas correntes da arte moderna. Graças a Henry van de Velde, consegue mostrar os seus primeiros quadros, em 1907, na Galerie Bernheim-Jeune, em Paris, ao lado de Henri Matisse, Paul Signac e Kees van Dongen. A estadia em Paris, em 1908, revela-se um malogro. É na Suíça, onde a sua família se instala a partir de 1905, que encontra os artistas de vanguarda. Em 1910, funda Der Moderne Bund. Em 1912, conhece Wassily Kandinsky, colabora no almanaque Der Blaue Reiter e expõe com Kandinsky, Sonia e Robert Delaunay, Henri Le Fauconnier, Franz Marc e Paul Klee. Arp publica os seus primeiros poemas, expõe desenhos e colagens, ilustra publicações. Em 1913, encontra-se em Berlim e trabalha na Galerie Der Sturm. Em 1914, trava conhecimento com Max Ernst, em Colónia.
Nesse mesmo ano, Hans Arp regressa a Paris, para escapar à mobilização alemã. As suas pinturas inscrevem-se, então, num cubismo cézanniano bastante frugal. Em 1915, face à sua situação precária em França, refugia-se em Zurique. Conhece, aí, Sophie Taeuber ( com quem virá a casar em 1922), que pratica uma pintura já abstrata. A par de Hugo Ball, Richard Huelsenbeck, Tristan Tzara, Marcel Janco e Hans Richter, participa, em 1916, na fundação do Cabaret Voltaire. Aí nascerá o movimento Dada. Conferências, recitais, música espontânea e, mais tarde, poemas simultâneos, celebram o contrassenso. Os artistas exprimem a sua revolta contra a ordem burguesa, os massacres da guerra e a estética académica. A arte é utilizada como um instrumento de subversão, para transformar a vida, combater a loucura dos homens e reconciliá-los com a ordem natural. Arp compõe, então, colagens inspiradas no cubismo, pinta composições abstratas e realiza os seus primeiros relevos dadaístas. Encontra Francis Picabia, Kurt Schwitters e Raoul Haussmann, no final da guerra. Em 1920, junta-se a Tzara, em Paris, e conhece André Breton, Philippe Soupault, Louis Aragon e Georges Ribemont-Dessaignes.
Considerado persona non grata na Suíça, em 1925, em virtude das suas ações dadaístas, Arp instala-se em Paris e obtém a nacionalidade francesa no ano seguinte. Ernst e Joan Miró são vizinhos do seu atelier, na Villa des Fusains. Assiste às reuniões do grupo surrealista, embora mantendo-se afastado das suas atividades políticas e das suas lutas internas. Participa na primeira exposição surrealista, na Galerie Pierre Loeb. Os seus poemas e ensaios são publicados na revista La Révolution surréaliste. A primeira exposição individual tem lugar naquela galeria surrealista, em 1927, e inclui um prefácio de Breton. No ano precedente, juntamente com a mulher e Theo Van Doesburg, decora o Palais de l’Aubette, em Estrasburgo. A partir dessa data, o casal instala-se numa casa em Clamart.
As relações surrealistas de Arp não o impedem de manter o contacto com os abstratos: em 1929, adere ao Cercle et Carré, movimento que advoga a abstração pura, criado por Michel Seuphor e Joaquín Torres-García. Em 1931, junta-se à Abstraction-Création, movimento fundado por Georges Vantongerloo e Auguste Herbin, e no qual participam Františec Kupka, Alexander Calder, Piet Mondrian, Kurt Schwitters, Jean Hélion e os Delaunay.
Arp acabará por se afastar, em 1934, cansado das intransigências sectárias de alguns. Em 1937, adere ao movimento Allianz, do seu amigo Max Bill. Aborda a escultura de vulto, transpondo os seus relevos para três dimensões, e inventa colagens de papel rasgado a partir das suas próprias obras em papel. Em 1940, perseguidos pela guerra, Arp e Sophie Taeuber encontram-se em Grasse, em casa de Alberto Magnelli, na companhia de Sonia Delaunay. Não tendo conseguido obter visto para os Estados Unidos da América, refugiam-se na Suíça, junto de Max Bill, onde Sophie morre acidentalmente, em 1943. Em 1945, Arp regressa a Clamart, dividindo-se entre a escrita, os relevos, os desenhos, as colagens, a escultura e os cartões para tapeçarias. Goza, então, do apoio de diversas galerias e da ajuda de diversos assistentes para a realização das suas obras monumentais. O grande prémio de escultura da Bienal de Veneza, obtido em 1954, traz-lhe a consagração. Em 1958, o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque dedica-lhe uma exposição individual. Em 1962, o Musée national d'art moderne de Paris organiza, por sua vez, uma retrospetiva, posteriormente apresentada em Basileia, Estocolmo, Copenhaga e Londres.
AC