César (César Baldaccini)
Ano, local de nascimento 1921, França
Ano, local de morte 1998, França
Nacionalidade França
Filho do dono de um café originário da Toscana [Itália], César Baldaccini passa a sua infância no bairro da Belle-de-Mai, em Marselha. Aos catorze anos, frequenta o curso noturno da escola de Belas-Artes local. Em 1943, ingressa na École nationale supérieure des beaux-arts de Paris. Estuda longamente os «mestres», desde Miguel Ângelo a Auguste Rodin. É marcado por Germaine Richier, cujo atelier frequenta durante algum tempo. Inicialmente, realiza as suas obras a partir de materiais clássicos, como a pedra, o barro e o gesso. De 1947 em diante, trabalha o ferro. Em 1949, depois de obter uma bolsa, viaja até Itália e visita Pompeia. A visão das formas moldadas dos corpos calcinados das vítimas da erupção será determinante para o futuro, tal como acontecera com Germaine Richier alguns anos antes. Em 1952, em Trans-en-Provence, inicia-se na soldadura e realiza as suas primeiras esculturas com desperdícios de ferro, utilizando materiais recuperados pouco dispendiosos, uma vez que os seus recursos extremamente modestos não lhe permitem adquirir blocos de mármore ou mandar fundir bronzes. É no ferro-velho e em lixeiras que recupera os materiais para as suas esculturas: tubos, cavilhas, parafusos…
A partir de 1952, e durante doze anos, trabalha na fábrica de Léon Jacques, em Villetaneuse, a norte de Paris. Realiza aí as suas obras em ferro soldado, Armandine, Victoire de Villetaneuse, Ginette e Hommage à Léon [Armandine, Vitória de Villetaneuse, Ginette e Homenagem a Léon]. A partir de 1954, César expõe na Galerie Lucien Durand (animais em desperdícios de ferro), participa, em 1956, na Bienal de Veneza, em 1957 na de Carrara, em 1959 na de São Paulo e na Documenta II, em Kassel. Em 1958, é distinguido em Pittsburgh, no Carnegie Institute, e em Bruxelas, na Exposição Internacional de Escultura.
Mas são as três compressões expostas, em 1960, no Salon de mai [Salão de maio], e que estão na origem de um verdadeiro escândalo, que o dão a conhecer. Em 1958, o artista descobrira num ferro-velho de Gennevilliers, o metal esmagado saído das prensas. De início, recolhe-o simplesmente, depois escolhe o que quer comprimir na prensa hidráulica, sobretudo automóveis, mas também, uma vez que se torna sistema, diversos objetos acumulados, tecidos, papéis, joias… Nesse mesmo ano, participa na fundação do grupo dos Nouveaux Réalistes, no seguimento da iniciativa do crítico Pierre Restany, juntamente com Arman, François Dufrêne, Raymond Hains, Martial Raysse, Daniel Spoerri, Jean Tinguely, Yves Klein e Jacques Villeglé, ligados pela novidade e originalidade dos seus olhares sobre a sociedade de consumo em que vivem.
César explora, então, todas as possibilidades técnicas, como as expansões em resina líquida de poliuretano (que expõe em 1967, no Salon de mai) e os moldes, como o Le Pouce [O polegar, 1965] e Le sein [O seio, 1966], monumentalmente ampliados (respetivamente, com doze e cinco metros de altura). Renova-se incessantemente, sempre fascinado pelas propriedades e possibilidades dos materiais. O escândalo cruza assiduamente o seu caminho, mas nos últimos anos é coberto de honras: nomeado professor na École nationale supérieure des beaux-arts de Paris em 1970, incumbido da realização dos troféus de cinema em 1975, laureado com o Grande Prémio Nacional das Artes em 1980, representante da França na Bienal de Veneza em 1995 (onde apresenta uma compressão de quinhentas e vinte toneladas), laureado com o prestigioso Praemium Imperiale em 1996, no Japão. Apesar das retrospetivas, que se sucedem por todo o mundo, e das mundanidades, cultiva a imagem de eterno e rude artesão. No mundo da arte, o «Benvenuto Cellini do ferro-velho» é rejeitado tanto pelos defensores da tradição – a Académie des beaux-arts recusa-lhe a candidatura, em 1981 –, como pelos vanguardistas. A sua retrospetiva em Paris, na Galerie national du Jeu de Paume, apenas terá lugar em 1977, aos setenta e seis anos, um ano antes da sua morte.
AC
A partir de 1952, e durante doze anos, trabalha na fábrica de Léon Jacques, em Villetaneuse, a norte de Paris. Realiza aí as suas obras em ferro soldado, Armandine, Victoire de Villetaneuse, Ginette e Hommage à Léon [Armandine, Vitória de Villetaneuse, Ginette e Homenagem a Léon]. A partir de 1954, César expõe na Galerie Lucien Durand (animais em desperdícios de ferro), participa, em 1956, na Bienal de Veneza, em 1957 na de Carrara, em 1959 na de São Paulo e na Documenta II, em Kassel. Em 1958, é distinguido em Pittsburgh, no Carnegie Institute, e em Bruxelas, na Exposição Internacional de Escultura.
Mas são as três compressões expostas, em 1960, no Salon de mai [Salão de maio], e que estão na origem de um verdadeiro escândalo, que o dão a conhecer. Em 1958, o artista descobrira num ferro-velho de Gennevilliers, o metal esmagado saído das prensas. De início, recolhe-o simplesmente, depois escolhe o que quer comprimir na prensa hidráulica, sobretudo automóveis, mas também, uma vez que se torna sistema, diversos objetos acumulados, tecidos, papéis, joias… Nesse mesmo ano, participa na fundação do grupo dos Nouveaux Réalistes, no seguimento da iniciativa do crítico Pierre Restany, juntamente com Arman, François Dufrêne, Raymond Hains, Martial Raysse, Daniel Spoerri, Jean Tinguely, Yves Klein e Jacques Villeglé, ligados pela novidade e originalidade dos seus olhares sobre a sociedade de consumo em que vivem.
César explora, então, todas as possibilidades técnicas, como as expansões em resina líquida de poliuretano (que expõe em 1967, no Salon de mai) e os moldes, como o Le Pouce [O polegar, 1965] e Le sein [O seio, 1966], monumentalmente ampliados (respetivamente, com doze e cinco metros de altura). Renova-se incessantemente, sempre fascinado pelas propriedades e possibilidades dos materiais. O escândalo cruza assiduamente o seu caminho, mas nos últimos anos é coberto de honras: nomeado professor na École nationale supérieure des beaux-arts de Paris em 1970, incumbido da realização dos troféus de cinema em 1975, laureado com o Grande Prémio Nacional das Artes em 1980, representante da França na Bienal de Veneza em 1995 (onde apresenta uma compressão de quinhentas e vinte toneladas), laureado com o prestigioso Praemium Imperiale em 1996, no Japão. Apesar das retrospetivas, que se sucedem por todo o mundo, e das mundanidades, cultiva a imagem de eterno e rude artesão. No mundo da arte, o «Benvenuto Cellini do ferro-velho» é rejeitado tanto pelos defensores da tradição – a Académie des beaux-arts recusa-lhe a candidatura, em 1981 –, como pelos vanguardistas. A sua retrospetiva em Paris, na Galerie national du Jeu de Paume, apenas terá lugar em 1977, aos setenta e seis anos, um ano antes da sua morte.
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