Eugène Leroy
Ano, local de nascimento 1910, França
Ano, local de morte 2000, França
Aos quinze anos, a descoberta fortuita de um livro sobre Rembrandt muda a vida de Eugène Leroy e servir-lhe-á de inspiração durante toda a sua vida. Frequenta as primeiras aulas de desenho e realiza cópias no Musée des beaux-arts de Lille. Após três anos de enfermidade, inicia, em 1931, estudos na École des beaux-arts , primeiro em Lille e depois em Paris, mas abandona rapidamente as aulas para se dedicar inteiramente à pintura. As seis semanas que passa em Paris, no meio artístico da pintura, convencem-no, contudo, da impossibilidade de viver da sua arte e levam-no a desistir de seguir carreira. Irá ganhar a vida a ensinar durante vinte e oito anos, como professor de latim e grego, e mais tarde de literatura francesa num colégio católico de Roubaix, onde recusará, em 1940, o cargo de orientador do curso de pintura. Ao sabor das viagens, alimenta as suas pesquisas: Rembrandt, Kasimir Malevitch, Giorgione, Hugo van der Goes. Durante todos esses anos, pinta quase unicamente temas religiosos, à exceção de paisagens marinhas aquando de estadias em Grand-Fort-Philippe, próximo de Gravelines, um pequeno porto nas margens do Mar do Norte, e, mais tarde, em Wissant.
Desenvolve uma técnica que manterá toda a sua vida, tornando quase impossível a divisão da obra em períodos. Divisão tanto mais complexa, porquanto temas favoritos, como os nus e os autorretratos, estão igualmente presentes ao longo de toda a vida. A sua pintura a óleo é feita de espessura, trituração e acumulação da pasta que revela, pouco a pouco, o sujeito.
A atividade de pintor é limitada pelo ofício de professor no norte natal e o isolamento pesa-lhe. Não dispondo de atelier, pinta na cozinha da sua casa. Após uma primeira exposição individual, na Galerie Monsallut, em Lille, em 1937, terá de esperar até 1943 para uma segunda exposição individual, desta vez em Paris, na Galerie Else Clausen, com um catálogo prefaciado por Gaston Diehl. Em 1951, conhece, em Paris, o galerista Pierre Loeb, que decide apoiá-lo. Começa a constituir uma coleção de esculturas africanas em 1953.
Em 1954, com a idade de quarenta e quatro anos, consegue, finalmente, sair do isolamento: o crítico Charles Estienne seleciona-o para uma exposição intitulada Correction d’angles, com Sam Francis, Serge Poliakoff e Marcel Pouget, na Galerie Art Vivant, em Paris. O primeiro reconhecimento vem dois anos mais tarde, quando o Musée des beaux-arts de Tourcoing organiza uma retrospetiva. Nesse mesmo ano, expõe no Salon de mai e na Galerie Creuze, com Eugène Dodeigne, e, em 1957, recebe o Prémio Achille-Émile Othon Friesz. O galerista Claude Bernard visita-o assiduamente e expõe a sua pintura em 1961 e 1963.
O estabelecimento em Wasquehal, próximo de Lille, em 1958, muda tudo: Leroy pode, agora, pintar em melhores condições, em particular grandes formatos. Em 1963, abandona definitivamente o ofício de professor para se dedicar à pintura, mas atravessa um período de grande solidão, confrontado com a sua batalha permanente com a matéria, retomando incansavelmente as telas, até à exposição na École des beaux-arts de Lille, em 1977. O prefácio do catálogo é da autoria de François Mathey.
Eugène Leroy é, então, reconhecido e apoiado por nomes como Jan Hoet ou Michael Werner. A partir de 1982, aos setenta e dois anos de idade, sucedem-se as retrospetivas por todo o mundo, uma das quais, em 1987, no Musée d'art moderne de Villeneuve-d’Ascq, próximo da sua casa de Wasquehal, com um catálogo incluindo textos de Georg Baselitz e Rudi Fuchs, e uma outra, no ano seguinte, no Musée d'art moderne de la ville de Paris. O Grande Prémio Nacional de Pintura distingue, em 1996, este artista atípico e inclassificável, que nunca se considerou abstrato ou figurativo. O grande público descobre-o com assombro. Ele diz um dia: «No fundo, não faço quadros, faço pintura».
AC
Desenvolve uma técnica que manterá toda a sua vida, tornando quase impossível a divisão da obra em períodos. Divisão tanto mais complexa, porquanto temas favoritos, como os nus e os autorretratos, estão igualmente presentes ao longo de toda a vida. A sua pintura a óleo é feita de espessura, trituração e acumulação da pasta que revela, pouco a pouco, o sujeito.
A atividade de pintor é limitada pelo ofício de professor no norte natal e o isolamento pesa-lhe. Não dispondo de atelier, pinta na cozinha da sua casa. Após uma primeira exposição individual, na Galerie Monsallut, em Lille, em 1937, terá de esperar até 1943 para uma segunda exposição individual, desta vez em Paris, na Galerie Else Clausen, com um catálogo prefaciado por Gaston Diehl. Em 1951, conhece, em Paris, o galerista Pierre Loeb, que decide apoiá-lo. Começa a constituir uma coleção de esculturas africanas em 1953.
Em 1954, com a idade de quarenta e quatro anos, consegue, finalmente, sair do isolamento: o crítico Charles Estienne seleciona-o para uma exposição intitulada Correction d’angles, com Sam Francis, Serge Poliakoff e Marcel Pouget, na Galerie Art Vivant, em Paris. O primeiro reconhecimento vem dois anos mais tarde, quando o Musée des beaux-arts de Tourcoing organiza uma retrospetiva. Nesse mesmo ano, expõe no Salon de mai e na Galerie Creuze, com Eugène Dodeigne, e, em 1957, recebe o Prémio Achille-Émile Othon Friesz. O galerista Claude Bernard visita-o assiduamente e expõe a sua pintura em 1961 e 1963.
O estabelecimento em Wasquehal, próximo de Lille, em 1958, muda tudo: Leroy pode, agora, pintar em melhores condições, em particular grandes formatos. Em 1963, abandona definitivamente o ofício de professor para se dedicar à pintura, mas atravessa um período de grande solidão, confrontado com a sua batalha permanente com a matéria, retomando incansavelmente as telas, até à exposição na École des beaux-arts de Lille, em 1977. O prefácio do catálogo é da autoria de François Mathey.
Eugène Leroy é, então, reconhecido e apoiado por nomes como Jan Hoet ou Michael Werner. A partir de 1982, aos setenta e dois anos de idade, sucedem-se as retrospetivas por todo o mundo, uma das quais, em 1987, no Musée d'art moderne de Villeneuve-d’Ascq, próximo da sua casa de Wasquehal, com um catálogo incluindo textos de Georg Baselitz e Rudi Fuchs, e uma outra, no ano seguinte, no Musée d'art moderne de la ville de Paris. O Grande Prémio Nacional de Pintura distingue, em 1996, este artista atípico e inclassificável, que nunca se considerou abstrato ou figurativo. O grande público descobre-o com assombro. Ele diz um dia: «No fundo, não faço quadros, faço pintura».
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