Piet Mondrian
Ano, local de nascimento 1872, Holanda
Ano, local de morte 1944, Estados Unidos
Piet Mondrian recebe as primeiras aulas de desenho do seu pai, diretor de uma escola, e mais tarde do seu tio, Frits Mondriaan, que é pintor (em 1912, Piet muda o seu patronímico para se distinguir deste último). Em 1889, obtém um diploma de professor e começa a trabalhar. Contudo, decide tornar-se pintor e, entre 1892 e 1897, frequenta a Academia de Belas-Artes de Amesterdão, continuando sempre a dar aulas para prover às suas necessidades. Começa a expor em 1897. Dedica-se essencialmente às paisagens dos arredores de Amesterdão, seguindo o espírito da Escola de Haia e, a partir de 1903, às do Brabante holandês onde reside durante algum tempo. Não tendo grande sucesso com a sua pintura naturalista, vive de fazer retratos, cópias, desenhos de biologia e continua a dar aulas.
A evolução faz-se sentir a partir de 1907, quando descobre as obras fauvistas de Kees van Dongen e Jan Sluyters, que regressam de Paris. A influência de Vincent van Gogh é então apreciável. Em 1908, influenciado por Jan Toorop, emprega cores vivas na sua pintura, seguindo a técnica divisionista. A pintura de Edvard Munch também o marca muito. A sua exposição com Cornelis Spoor e Sluyters no Stedelijk Museum de Amesterdão, em 1909, onde conjuga fauvismo e estilo moderno, suscita a ironia da crítica.
Paralelamente ao seu interesse pelas doutrinas teosóficas (Devoção, 1908; Evolução, 1910-1911) e às suas pesquisas de uma linguagem universal, pinta paisagens cada vez mais depuradas – de linhas mais simples e com uma paleta clara – representando dunas, moinhos, igrejas ou torres. Com os seus amigos Toorop, Sluyters e Conrad Kickert, funda o Moderne Kunst Kring [Círculo de arte moderna] que em 1912 expõe Paul Cézanne, Pablo Picasso, Georges Braque, Raoul Dufy, Auguste Herbin, Maurice de Vlaminck, André Derain e Henri Le Fauconnier no Stedelijk Museum de Amesterdão. Expõe pela primeira vez em Paris, em 1911, no Salon des indépendants [Salão dos independentes]. Conhece então as pesquisas cubistas de Braque e Picasso.
O contacto com Paris torna-se indispensável. Aí se instala no início de 1912 e aprofunda a sua abordagem ao cubismo, procurando sempre resguardar-se. Assim, recusa-se a conhecer Picasso que, no entanto, admira profundamente. Acompanhamos – através dos estudos de uma árvore ou de uma natureza-morta com pote de gengibre – o percurso do pintor que, de tanto simplificar e depurar, chega a uma rede de linhas sobre um fundo neutro, a uma grelha onde o objeto se desmaterializa. A passagem para o abstrato faz-se em 1913, nomeadamente com as «composições» ovais. Alguns títulos ainda fazem referência ao tema inicial (andaime, igreja...).
De regresso a Amesterdão, em 1914, é imobilizado pela guerra e pelos cuidados prestados ao pai, acamado. Os seus grandes desenhos do mar são pretextos para variações abstratas, nomeadamente dos signos e depois das cores. Em 1916, entra em contacto com o pintor Theo van Doesburg, apaixonado pelas suas pesquisas, que lhe propõe criar a revista De Stijl. Nesse mesmo ano, Mondrian tem longas discussões teóricas com Bart van der Leck. Lê a obra do teósofo Mathieu Schoenmaekers (A Nova Imagem do Mundo). O neoplasticismo, que denomina «princípio geral da equivalência plástica», é então definido. Além dos seus artigos teóricos na revista De Stijl, em 1920 publica com Léonce Rosenberg, na Galerie de l’Effort Moderne, uma brochura intitulada Le Néo-plasticisme, que dedica aos «homens do futuro». Mondrian seguirá os seus princípios até ao fim da vida, apesar das dificuldades quotidianas.
Em 1919 regressa a Paris e aí ficará até 1938, quando surgem os primeiros indícios da guerra. Arquitetos, pintores e escultores – que, na Europa ou nos Estados Unidos da América, continuam as pesquisas abstratas, futuristas ou construtivistas – irão desfilar como peregrinos no seu atelier de Montparnasse durante o período entre as duas guerras. Os seus primeiros quadrados apoiados numa ponta e com quadrículas regulares em forma de tabuleiro de xadrez datam de 1919. Os seus quadros que já só contêm algumas linhas pretas e superfícies lisas de cores primárias datam de 1921. Participa em todas as manifestações da vanguarda europeia, em particular nos grupos Cercle et Carré (1929) e Abstraction-Création (1931). Continua as suas pesquisas sobre o neoplasticismo, integra nas suas composições a noção de ritmo após a sua descoberta do jazz, limita e depois acentua o papel da cor. Em 1940, Mondrian instala-se em Nova Iorque, onde conhece grande notoriedade, convive com os outros «artistas no exílio» e expõe na Valentine Dudensing Gallery. A cidade marca-o muito, as linhas pretas tornam-se coloridas. Morre em 1944 deixando um último Victory Boogie-Woogie inacabado. Uma retrospetiva é-lhe dedicada em Nova Iorque, em 1945, e uma outra em Amesterdão, em 1946. A primeira retrospetiva em França terá lugar em 1949 no Musée de l’Orangerie, em Paris.
AC
A evolução faz-se sentir a partir de 1907, quando descobre as obras fauvistas de Kees van Dongen e Jan Sluyters, que regressam de Paris. A influência de Vincent van Gogh é então apreciável. Em 1908, influenciado por Jan Toorop, emprega cores vivas na sua pintura, seguindo a técnica divisionista. A pintura de Edvard Munch também o marca muito. A sua exposição com Cornelis Spoor e Sluyters no Stedelijk Museum de Amesterdão, em 1909, onde conjuga fauvismo e estilo moderno, suscita a ironia da crítica.
Paralelamente ao seu interesse pelas doutrinas teosóficas (Devoção, 1908; Evolução, 1910-1911) e às suas pesquisas de uma linguagem universal, pinta paisagens cada vez mais depuradas – de linhas mais simples e com uma paleta clara – representando dunas, moinhos, igrejas ou torres. Com os seus amigos Toorop, Sluyters e Conrad Kickert, funda o Moderne Kunst Kring [Círculo de arte moderna] que em 1912 expõe Paul Cézanne, Pablo Picasso, Georges Braque, Raoul Dufy, Auguste Herbin, Maurice de Vlaminck, André Derain e Henri Le Fauconnier no Stedelijk Museum de Amesterdão. Expõe pela primeira vez em Paris, em 1911, no Salon des indépendants [Salão dos independentes]. Conhece então as pesquisas cubistas de Braque e Picasso.
O contacto com Paris torna-se indispensável. Aí se instala no início de 1912 e aprofunda a sua abordagem ao cubismo, procurando sempre resguardar-se. Assim, recusa-se a conhecer Picasso que, no entanto, admira profundamente. Acompanhamos – através dos estudos de uma árvore ou de uma natureza-morta com pote de gengibre – o percurso do pintor que, de tanto simplificar e depurar, chega a uma rede de linhas sobre um fundo neutro, a uma grelha onde o objeto se desmaterializa. A passagem para o abstrato faz-se em 1913, nomeadamente com as «composições» ovais. Alguns títulos ainda fazem referência ao tema inicial (andaime, igreja...).
De regresso a Amesterdão, em 1914, é imobilizado pela guerra e pelos cuidados prestados ao pai, acamado. Os seus grandes desenhos do mar são pretextos para variações abstratas, nomeadamente dos signos e depois das cores. Em 1916, entra em contacto com o pintor Theo van Doesburg, apaixonado pelas suas pesquisas, que lhe propõe criar a revista De Stijl. Nesse mesmo ano, Mondrian tem longas discussões teóricas com Bart van der Leck. Lê a obra do teósofo Mathieu Schoenmaekers (A Nova Imagem do Mundo). O neoplasticismo, que denomina «princípio geral da equivalência plástica», é então definido. Além dos seus artigos teóricos na revista De Stijl, em 1920 publica com Léonce Rosenberg, na Galerie de l’Effort Moderne, uma brochura intitulada Le Néo-plasticisme, que dedica aos «homens do futuro». Mondrian seguirá os seus princípios até ao fim da vida, apesar das dificuldades quotidianas.
Em 1919 regressa a Paris e aí ficará até 1938, quando surgem os primeiros indícios da guerra. Arquitetos, pintores e escultores – que, na Europa ou nos Estados Unidos da América, continuam as pesquisas abstratas, futuristas ou construtivistas – irão desfilar como peregrinos no seu atelier de Montparnasse durante o período entre as duas guerras. Os seus primeiros quadrados apoiados numa ponta e com quadrículas regulares em forma de tabuleiro de xadrez datam de 1919. Os seus quadros que já só contêm algumas linhas pretas e superfícies lisas de cores primárias datam de 1921. Participa em todas as manifestações da vanguarda europeia, em particular nos grupos Cercle et Carré (1929) e Abstraction-Création (1931). Continua as suas pesquisas sobre o neoplasticismo, integra nas suas composições a noção de ritmo após a sua descoberta do jazz, limita e depois acentua o papel da cor. Em 1940, Mondrian instala-se em Nova Iorque, onde conhece grande notoriedade, convive com os outros «artistas no exílio» e expõe na Valentine Dudensing Gallery. A cidade marca-o muito, as linhas pretas tornam-se coloridas. Morre em 1944 deixando um último Victory Boogie-Woogie inacabado. Uma retrospetiva é-lhe dedicada em Nova Iorque, em 1945, e uma outra em Amesterdão, em 1946. A primeira retrospetiva em França terá lugar em 1949 no Musée de l’Orangerie, em Paris.
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