Jean-Paul Riopelle
Ano, local de nascimento 1923, Canadá
Ano, local de morte 2002, Canadá
Entre 1936 e 1945, Jean-Paul Riopelle recebe aulas particulares de desenho em Montreal, frequenta a École des beaux-arts, o College Mont Saint-Louis e a seguir a École polytechnique. Depois estuda na École du meuble de Montréal, frequenta o atelier do seu professor Paul-Émile Borduas e abandona a pintura tradicional, dedicando-se à arte abstrata. Pertence nesta altura ao grupo dos Automatistas, com Borduas e Ozias Leduc, com quem expõe em 1946. Durante o verão deste mesmo ano, viaja pela primeira vez para Paris, seguindo-se uma estadia em Nova Iorque onde conhece Joan Miró e Stanley Hayter, e o regresso a Paris com a esposa, Françoise Lespérance, bailarina e coreógrafa.
A viver em Paris, Riopelle conhece Pierre Loeb, o dono da Galerie Pierre, que o apresenta a André Breton. Integra o grupo surrealista e participa, em 1947, na Exposition internationael du surréalisme, na Galerie Maeght. Nestes anos, Riopelle, que se instalou definitivamente em França em 1949, trava conhecimento com Jean Arp, Antonin Artaud, Max Ernst, Georges Mathieu, Zao Wou-Ki, Samuel Beckett, Aimé Césaire, Pierre Mabille, Francis Picabia, Jacques Hérold, Sam Francis, Georges Duthuit, Serge Charchoune, Nicolas de Staël... O pintor e a esposa, Françoise, são coassinantes, em 1948, do manifesto Le Refus global. A primeira exposição individual em Paris tem lugar na galeria La Dragonne, de Nina Dausset, em 1949. O prefácio do catálogo apresenta-se sob a forma de um Aparte a propósito do pintor entre André Breton, Élisa Breton e Benjamin Péret. Breton recuperará este texto na edição de Surréalisme et la peinture, acompanhado de duas reproduções (Gallimard, 1965).
Riopelle interrompe as relações com o grupo surrealista em 1950, o seu automatismo sendo mais próximo de uma abstração lírica, informal e gestual do que de uma atualização do inconsciente. Depois de um período próximo do «dripping» de Jackson Pollock, Riopelle passa a pintar com facas e espátulas, aplicando camadas espessas de tinta sobre telas cada vez maiores atravessadas por veios de cores, obras intituladas Mosaïques. Em 1952, Pierre Loeb compra toda a sua produção e Riopelle goza então de uma certa notoriedade. Em 1954, graças ao mesmo Loeb e a Georges Duthuit, que escreve o prefácio do catálogo, consegue uma primeira exposição individual em Nova Iorque, na galeria de Pierre Matisse (seguida de mais onze, até 1989). As exposições sucedem-se pelo mundo fora. Em 1955, conhece a pintora americana Joan Mitchell com a qual irá manter uma relação artística e amorosa durante vinto e cinco anos (vão viver para Vétheuil, em 1966, nas proximidades dos locais onde Claude Monet pintava). A Galerie Kléber (de Jean Fournier) organiza uma exposição individual particularmente importante em 1957, associando-o depois em exposições coletivas a Simon Hantaï, Jean Degottex, Sam Francis... Tem também um contrato com a Galerie Jacques Dubourg em Paris. Em 1964, Riopelle regressa à galeria de Jean Fournier antes de se juntar à Galerie Maeght até 1970: irá passar várias temporadas na Fondation Maeght, em Saint-Paul-de-Vence, aí realizando, em particular, um mural em cerâmica e porcelana. Trabalhará também com lava esmaltada em Vallauris.
Em 1963, o Canadá presta-lhe uma homenagem através de uma grande retrospetiva organizada na National Gallery of Canada, em Ottawa, depois no Musée des beaux-arts de Montréal e, finalmente, na Art Gallery of Ontario, em Toronto. A partir de 1969, e por etapas, irá regressar ao Canadá e explorar a região do Grande Norte, dedicando-se à observação dos gansos selvagens, à caça e à pesca, à vida na natureza selvagem. Reintegra elementos figurativos na sua obra, especialmente aves, o mocho, o ganso. Em 1974, constrói um atelier em Sainte-Marguerite-du-Lac-Masson, na região de Laurentides. Na sequência do anúncio da morte de Joan Mitchell, em 1992, pinta Hommage à Rosa Luxembourg [Homenagem a Rosa Luxemburgo], um enorme fresco com cinquenta metros de comprimento, trabalhado com aerossois que já utiliza há bastantes anos. Em 1995, retira-se para Île-aux-Grues, onde só recebe alguns amigos íntimos.
AC