Pierre Roy
Ano, local de nascimento 1880, França
Ano, local de morte 1950, Itália
Por influência do seu pai, secretário da comissão de vigilância do Musée de beaux-arts de Nantes, Pierre Roy começa a desenhar desde muito novo. Durante as férias, constrói brinquedos a partir de tudo o que consegue encontrar. Mais tarde, irão encontrar-se objetos como conchas, canudos de papel ou bambus nas suas pinturas. Terminado o liceu, Pierre Roy estuda arquitetura. Mais tarde, em 1905, sem abandonar o diletantismo que o caracteriza, decide fazer da pintura a sua profissão e começa a expor em 1906. Frequenta então o meio dos fauvistas em Paris.
Em 1912, conhece por acaso Alberto Savinio, irmão de Giorgio de Chirico, que conhece no ano seguinte e cujas obras o marcam profundamente. Os dois pintores tornam-se amigos. Em 1913, Guillaume Apollinaire descobre o seu trabalho e os dois ligam-se. Por seu intermédio, Pierre Roy convive com toda a vanguarda artística e literária da época, reunida em torno da revista Les Soirées de Paris. Este período fecundo é interrompido pela guerra que afasta o pintor da capital. Em 1919, em virtude do espaço criado e da combinação de objetos heteróclitos, a sua pintura Adrienne pêcheuse [Adrienne pescadora] mostra uma viragem no seu trabalho e revela a influência de De Chirico. Esta pintura seduz os surrealistas que a reproduzem na sua revista La Révolution surréaliste, de 1925. Pierre Roy conhece então Louis Aragon, André Breton, Paul Éluard e Max Ernst, e é convidado a participar na primeira exposição coletiva de pintores surrealistas, em 1925. O crítico André Salmon chama-o, nessa altura, o «verdadeiro pai do surrealismo» (Revue de France, março-abril de 1926). Aragon escreve o prefácio da sua primeira exposição individual, na Galerie Pierre, em 1926. O pintor tem então quarenta e seis anos. Esta relação com o grupo surrealista será de curta duração, visto que expõe com os seus amigos pela última vez em 1928. Nem sequer será incluído na obra de Breton Le Surréalisme et la peinture (1928). Este afastamento deve-se, sem dúvida, a uma rejeição das manifestações espalhafatosas e da ideologia revolucionária, bem como ao seu desejo de independência.
Na sequência de uma exposição individual em Nova Iorque, em 1930, Pierre Roy conhece um sucesso inegável nos Estados Unidos da América. O Musem of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque compra-lhe duas pinturas. O reconhecimento chega a França em 1935, e Pierre Roy irá então conhecer uma carreira internacional, viajando de exposição em exposição por todo o mundo. Dedica-se igualmente a cenários e figurinos de teatros e bailados, capas de revistas, cartazes e ilustração de livros. Ocupa hoje um lugar um pouco marginal na história do Surrealismo, semelhante ao de De Chirico, tendo influenciado René Magritte e Salvador Dalí, autor de um mundo onírico muito pessoal que não deixou de explorar, indiferente às modas. «Não tenho absolutamente, como pintor, qualquer filosofia. Quando pinto o que quer que seja, entrego-me totalmente ao prazer de pintar. Não tenho a menor pretensão de simbolismo. Mas, muitas vezes (às vezes muito tempo depois de ter acabado o meu quadro), tomo consciência daquilo que me inspirou e do que a minha tela significa», escreve em resposta a um questionário do MoMA, em 1947.
AC