Yves Tanguy
Ano, local de nascimento 1900, França
Ano, local de morte 1955
Yves Tanguy, filho de pais bretões, nasce em Paris. Passa uma parte da infância na Bretanha, à beira de extensas praias de areia branca que ficam a descoberto na maré baixa. É profundamente marcado por uma lenda sobre a cidade de Ys, submersa na baía de Douarnenez. Prefere frequentar os meios marginais ao ensino escolar. Após dois anos na marinha mercante e outros dois no serviço militar, em 1922 Yves Tanguy reencontra-se em Paris com o amigo Jacques Prévert, e vive de biscates.
No início de 1924, o amigo Marcel Duhamel aluga para ambos uma pequena casa no n.º 54 da rue du Château, no bairro de Montparnasse, e assegura-lhes também alimentação graças às cozinhas do hotel que gere. A vida épica da «rue du Château», tantas vezes contada, é feita de paixões partilhadas por qualquer forma de espetáculo, por tudo o que fica à margem, os passeios por Paris, os cafés e o meio artístico do bairro. A ausência de seriedade e a provocação compõem ali a vida do dia a dia, sem pensar no futuro. Os surrealistas Robert Desnos e Georges Malkine, em 1925, depois Benjamin Péret e Louis Aragon, e, finalmente, André Breton, descobrem com admiração este sítio fora do comum. Muitos jogos, que farão a história do movimento surrealista, como o cadáver esquisito, foram ali inventados ou desenvolvidos, e Tanguy tornar-se-á um dos pilares dessas noites.
Fiel aos encontros quotidianos dos surrealistas no café Cyrano, amigo de Breton, fará doravante parte de todos os manifestos, de todas as exposições coletivas e manifestações do grupo. Em Montparnasse, bairro de ateliers e galerias, Tanguy descobre a pintura e lança-se nela sem qualquer aprendizagem. O mundo estranho de Giorgio de Chirico marca-o em particular. Visita as exposições surrealistas. Depois dos desenhos automáticos, sob a influência de Masson e de Miró, em 1926, e do abandono de qualquer referência humana, Tanguy desenvolve um estilo e uma temática que serão, doravante, os seus. Os novos amigos encorajam-no a aprofundar o estranho mundo que revela, um universo onde os elementos não são diferenciados, lembrando o fundo do mar. Logo em 1926, uma obra sua é reproduzida em La Révolution surréaliste, e as suas pinturas são expostas na galeria surrealista. Em 1927, é organizada a sua primeira exposição individual nesta galeria, com um prefácio de Breton. Tanguy afirma-se rapidamente como um dos mais importantes pintores surrealistas. Em 1930, de regresso de uma viagem ao sul da Tunísia, a pintura evolui: as formas moles, meio vegetais, meio animais, cedem o lugar a formas mais duras, mais ósseas, acompanhadas de sombras que se projetam sobre o fundo onde o limite do horizonte desapareceu. A técnica melhora, até à virtuosidade no ilusionismo. Influencia a nova geração surrealista, de Roberto Matta, Jacques Hérold, Victor Brauner e Óscar Dominguez a Esteban Francés.
A meio da década de 1930, os museus e os colecionadores americanos interessam-se por ele. Peggy Guggenheim organiza-lhe uma exposição em Londres. Tanguy reencontra Pierre Matisse, um amigo de infância instalado em Nova Iorque, que se torna o seu representante comercial. Com o início da Segunda Grande Guerra, reúne-se com a nova companheira, Kay Sage, nos Estados Unidos, e decide lá ficar em 1945. Devido ao afastamento, desliga-se progressivamente do grupo surrealista apesar de permanecer uma das suas figuras marcantes. A pintura evolui ainda, tornando-se mais dura, mais cortante, quase metálica. Construções cada vez mais complexas invadem, pouco a pouco, o espaço. O último quadro, Multiplication of the Arcs (1954, Museum of Modern Art [MoMA], Nova Iorque), traduz a angústia e a morte iminente.
AC
No início de 1924, o amigo Marcel Duhamel aluga para ambos uma pequena casa no n.º 54 da rue du Château, no bairro de Montparnasse, e assegura-lhes também alimentação graças às cozinhas do hotel que gere. A vida épica da «rue du Château», tantas vezes contada, é feita de paixões partilhadas por qualquer forma de espetáculo, por tudo o que fica à margem, os passeios por Paris, os cafés e o meio artístico do bairro. A ausência de seriedade e a provocação compõem ali a vida do dia a dia, sem pensar no futuro. Os surrealistas Robert Desnos e Georges Malkine, em 1925, depois Benjamin Péret e Louis Aragon, e, finalmente, André Breton, descobrem com admiração este sítio fora do comum. Muitos jogos, que farão a história do movimento surrealista, como o cadáver esquisito, foram ali inventados ou desenvolvidos, e Tanguy tornar-se-á um dos pilares dessas noites.
Fiel aos encontros quotidianos dos surrealistas no café Cyrano, amigo de Breton, fará doravante parte de todos os manifestos, de todas as exposições coletivas e manifestações do grupo. Em Montparnasse, bairro de ateliers e galerias, Tanguy descobre a pintura e lança-se nela sem qualquer aprendizagem. O mundo estranho de Giorgio de Chirico marca-o em particular. Visita as exposições surrealistas. Depois dos desenhos automáticos, sob a influência de Masson e de Miró, em 1926, e do abandono de qualquer referência humana, Tanguy desenvolve um estilo e uma temática que serão, doravante, os seus. Os novos amigos encorajam-no a aprofundar o estranho mundo que revela, um universo onde os elementos não são diferenciados, lembrando o fundo do mar. Logo em 1926, uma obra sua é reproduzida em La Révolution surréaliste, e as suas pinturas são expostas na galeria surrealista. Em 1927, é organizada a sua primeira exposição individual nesta galeria, com um prefácio de Breton. Tanguy afirma-se rapidamente como um dos mais importantes pintores surrealistas. Em 1930, de regresso de uma viagem ao sul da Tunísia, a pintura evolui: as formas moles, meio vegetais, meio animais, cedem o lugar a formas mais duras, mais ósseas, acompanhadas de sombras que se projetam sobre o fundo onde o limite do horizonte desapareceu. A técnica melhora, até à virtuosidade no ilusionismo. Influencia a nova geração surrealista, de Roberto Matta, Jacques Hérold, Victor Brauner e Óscar Dominguez a Esteban Francés.
A meio da década de 1930, os museus e os colecionadores americanos interessam-se por ele. Peggy Guggenheim organiza-lhe uma exposição em Londres. Tanguy reencontra Pierre Matisse, um amigo de infância instalado em Nova Iorque, que se torna o seu representante comercial. Com o início da Segunda Grande Guerra, reúne-se com a nova companheira, Kay Sage, nos Estados Unidos, e decide lá ficar em 1945. Devido ao afastamento, desliga-se progressivamente do grupo surrealista apesar de permanecer uma das suas figuras marcantes. A pintura evolui ainda, tornando-se mais dura, mais cortante, quase metálica. Construções cada vez mais complexas invadem, pouco a pouco, o espaço. O último quadro, Multiplication of the Arcs (1954, Museum of Modern Art [MoMA], Nova Iorque), traduz a angústia e a morte iminente.
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