Andy Warhol
Ano, local de nascimento 1928, Estados Unidos
Ano, local de morte 1987, Estados Unidos
Após estudos em artes gráficas na sua cidade natal, Andy Warhol parte para se instalar em Nova Iorque. Trabalha em ilustração e publicidade. Obtém, em 1952, o prémio de melhor publicidade e começa a ser reconhecido. Nesse mesmo ano, expõe os seus desenhos. Em 1957, cria uma empresa para os seus trabalhos publicitários e continua a mostrar as suas criações, que são reproduzidas na Vogue ou no The New York Times, atividade dupla que manterá durante toda a sua vida. Cria a sua própria personagem, ataviando-se com uma peruca grisalha. Em 1960, Warhol começa a pintar personagens da banda desenhada: Batman, Dick Tracy, Super-Homem… No ano seguinte, descobre a obra de Roy Lichtenstein e fica surpreendido ao constatar que um outro artista se interessa, também, pela banda desenhada. No início da década de 1960, dedica-se a pintar latas de conserva, garrafas de Coca-Cola, brocas, aspiradores, sapatos, telefones, termoacumuladores ou automóveis, utilizando o grafismo dos anúncios publicitários, por vezes com efeitos de repetição.
Em 1962, realiza a sua primeira serigrafia sobre tela, abrindo caminho a várias séries. Assim, expõe, nesse mesmo ano, uma série de Campbell’s Soup Cans [Latas de sopa Campbell], na Ferus Gallery de Los Angeles. Subsequentemente, com base em fotografias da imprensa, Warhol trabalha em representações da cadeira elétrica, de acidentes rodoviários, de cenas de hospital, de tumultos raciais, algumas das quais intituladas de Catastrophe [Catástrofe]. Produz retratos de Jackie Kennedy após o assassinato do marido, de Marilyn Monroe após o seu desaparecimento, mas também de Liz Taylor ou Elvis Presley. Utiliza todas as possibilidades técnicas da serigrafia, trabalhando fotografias a preto e branco, realçando-as com tintas acrílicas, jogando com efeitos de trama nas ampliações ou fazendo variar a solarização.
O artista retrata a sociedade americana através dos grandes temas que a caracterizam: o consumo, o sucesso e a morte. Por vezes, a crítica social é evidente, outras, a atitude do artista é mais ambígua na medida em que ele próprio participa dessa «sociedade do espetáculo» e do acontecimento. Warhol raramente confrontará de modo confesso o poder, como quando instala, em 1964, no New York State Pavilion, aquando da Exposição Universal da cidade, as fotografias ampliadas de Thirteen most wanted men [Treze fugitivos mais procurados]. O seu trabalho é recusado e o pintor é obrigado a cobrir as imagens com tinta. Ainda assim, expõe os retratos recobertos.
Warhol joga com a multiplicação de imagens em grandes formatos, representando notas de um ou dois dólares, garrafas de Coca-Cola, a Gioconda ou retratos. Cria verdadeiros «papéis pintados», como os que exibem autorretratos, nuvens prateadas ou cabeças de vaca. Expõe mesmo, diretamente no chão de galerias ou museus, embalagens de produtos de grande consumo, como caixas de Brillo (esfregões de palha de aço saponificados), Del Monte (latas de pêssego em calda), Campbell’s (latas de sopa) e Heinz (frascos de ketchup).
O seu atelier, no n.º 231 da East 47th Street, torna-se na mítica Factory, ponto de encontro da Pop Art. Roda aí vários filmes experimentais sem tema nem cenário, largamente improvisados (conhece Paul Morrissey, em 1965, que desempenhará um papel importante na sua vida artística). O grupo de rock Velvet Underground, de que Warhol é produtor, grava frequentemente na Factory. A peruca grisalha dá lugar a um postiço louro platinado. Em 1965, anuncia a intenção de abandonar a pintura para se dedicar exclusivamente ao cinema, mas continuará a produzir ou a fazer produzir papéis pintados ou outras variações sobre imagens antigas. Acompanha os Velvet Underground em tournée, em 1966-1967, e envolve-se cada vez mais nos seus filmes, digressões de conferências e exposições em todos os museus do mundo. Regressa à pintura em 1972, dedicando-se, no essencial, a retratos serigrafados (a maior parte das vezes) encomendados (Truman Capote, Calvin Klein, Mick Jagger, o Xá do Irão, a princesa Carolina, Joseph Beuys, Michael Jackson…). Alguns fazem sensação, como o de Mao. Apoia a jovem geração de artistas nova-iorquinos, colaborando com Jean-Michel Basquiat ou Francesco Clemente. Andy Warhol morre em 1987, aos cinquenta e nove anos, na sequência de uma intervenção cirúrgica.
AC