Paysage Champêtre en Quinze Tons
Data 1963
Técnica Técnica mista sobre madeira
Dimensões 208 x 134 x 13 cm
ID Inventário UID 102-475
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Filho de artesãos ceramistas, Martial Raysse associou-se, desde muito jovem, ao movimento dos «Nouveaux Réalistes» (novos realistas), que, sob o impulso do crítico Pierre Restany e de artistas como Daniel Spoerri e Raymond Hains, marca, no princípio da década de 1960, a atualidade parisiense. Martial Raysse realiza , a partir de 1962, instalações em que associa fotografias em tamanho real de banhistas com folhagens sintéticas, sublinhando, por vezes, o conjunto com luzes de néon e propondo uma reconstituição risível dos paraísos artificiais das sociedades contemporâneas. A série «Tableaux-objets» (quadros-objetos) encena o manequim, o ideal feminino do princípio da década de 1960, uma Vénus moderna enunciada e encenada em cores aciduladas. Os rostos femininos são vermelhos, amarelos ou verde-ácido. Na obra da Coleção Berardo, a paisagem «campestre» é ironicamente sugerida através de uma folha de feto em material plástico, num ambiente nitidamente balnear. Um chapéu de palha dá relevo à composição. Raysse prosseguirá este tema através da representação de figuras femininas estereotipadas, coloridas, retocadas e completadas por objetos familiares. Na sua série posterior, com o título irónico, à época, de made in japan, irá «retocar» grandes clássicos da arte francesa como a Odalisca de Ingres. Após os acontecimentos de Maio de 1968, Martial Raysse corta relações com o circuito do mercado da arte, instalando-se no sul de França. Reata essa relação a partir da década de 1970, com novas «pinturas» dos mitos contemporâneos, apresentadas, em 1992, numa grande exposição na Galerie nationale du Jeu de Paume, em Paris.
J-FC