André Gomes e Pedro Calapez. Seja dia ou seja noite pouco importa
Eu conheci-os durante a primeira metade da década de 1980, e desde então não nos perdemos de vista, nem perdi de vista os seus trabalhos, a propósito dos quais fui escrevendo. Entretanto, como não se trata de redigir uma memória biográfica, adianto que o meu ponto de partida será a hipótese de os trabalhos dos dois artistas serem um raro exemplo de perfeita complementaridade. André Gomes fala de «um dueto para violoncelo e piano», mas também de paralelos divergentes, sugerindo um modo de colaboração que estaria nos antípodas do cadavre-exquis. Vejamos.
É razoável supor que André Gomes sempre trabalhou e só trabalhou com imagens, apesar de sabermos que as referências para essas imagens provêm de muitas outras artes — teatro, cinema, música, literatura — além das chamadas artes visuais. As obras são o resultado laboriosamente construído de um trabalho de composição de imagens preexistentes. Entendemos aqui «imagens» nas suas aceções mais diretamente relacionadas com as noções de «imagética» e «imaginário».
É difícil supor que Calapez possa imaginar de modo exaustivo as suas pinturas — no caso destas pinturas em particular seria ainda mais difícil — antes de as pintar, mesmo que nos pareça aceitável que exista uma intencionalidade específica que se manifesta no decurso do processo do fazer e necessariamente — em cada obra em concreto — na decisão relativa à sua conclusão.
Não existe nenhuma imagem que preceda e antecipe aquilo que será o resultado final do processo de pintar, a imagem final — aquela que nós vemos — da obra acabada. A imagem só aparece no fim, e é pouco provável que se lhe deva chamar imagem, porque não é pacífico usar uma expressão como «a imagem de uma pintura». São pinturas. Serão imagens?
André Gomes sempre se aproximou das imagens, não sabemos se para alimentar a ilusão de que se poderia afastar delas. Calapez sempre se afastou das imagens, não sabemos se para alimentar a ilusão de que se poderia aproximar delas.
Excerto do texto «Crepúsculo das Imagens», de Alexandre Melo, presente no catálogo da exposição.
Visitas orientadas
Sábado,19 de junho às 16h30, orientada pelos artistas André Gomes e Pedro Calapez
Sábado, 26 de junho às 16h30
Domingo, 27 de junho, às 16h30, orientada pelos artistas André Gomes e Pedro Calapez
Domingo, 17 de outubro às 17h, orientada pelos artistas André Gomes e Pedro Calapez
Sábado, 20 de novembro, às 16h
Participação gratuita, mediante Inscrição Prévia
Mesa redonda
“A atração dos contrários - suspensão e movimento em André Gomes e Pedro Calapez”
18 de dezembro, às 16h00.
Oradores: Alexandre Melo, António Marques, Rui Romão e os artistas André Gomes e Pedro Calapez.
Participação gratuita
Visita Segura
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