Art Déco e seus inimigos
Na história da arte existem poucos termos que tenham sido utilizados de uma forma tão confusa quanto o de «art déco». A Art Déco, que é uma corrente essencialmente decorativa, eclética e individualista, não possui uma unidade formal e, por essa razão, não pode verdadeiramente ser qualificada de «estilo».
Baptizada de Art Déco nos anos de 1960, as criações dos anos de 1920 culminam com a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, organizada em Paris, em 1925. Contemporâneos e modernistas aproximam-se, opõem-se e ignoram-se nesta manifestação que, contudo, marcará os espíritos e terá uma enorme repercussão.
Como caraterizar esta corrente estética? Esta é, precisamente, a questão que se coloca já que as suas produções vão, simultaneamente, buscar influências à tradição do uso de madeiras exóticas, de metais requintados, de decorações florais, mas também à arte moderna, desde o cubismo aos primeiros abstracionistas. É, também, um movimento que hesita entre a arte destinada à grande burguesia e a arte social.
A apresentação do importante fundo de mobiliário e objetos de José Berardo procura revelar os triunfos da Art Déco, com figuras como Émile Jacques Ruhlmann (1879-1933) ou Jean-Michel Frank (1895-1941), passando por René Lalique (1860-1945) ou Jules Leleu (1883-1961). Estes objetos são recolocados no contexto da Exposição de 1925, testemunha de uma época que constitui, e igualmente com o filme de Marcel L’Herbier, L’Inhumaine (1924) – de que são aqui apresentados extratos –, um verdadeiro manifesto.
Mas esta exposição revela também a reacção dos inimigos da Art Déco, como Le Corbusier (1887-1965), Eileen Gray (1878-1976), Marcel Breuer (1902-1981) e Jean Prouvé (1901-1984). Deste último, o museu apresenta, pela primeira vez, um raro exemplar do Pavillon démontable (uma casa em madeira), com 6 por 9 metros, encomendado em 1944 para realojar os habitantes do leste de França que haviam perdido as suas habitações devido aos bombardeamentos. Este pavilhão é uma das aquisições da coleção do Museu (visitável no terraço Norte).
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Museu Coleção Berardo
1449-003 Lisboa, Portugal
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21 361 287 8
(Chamada para a rede fixa nacional) www.museuberardo.pt