BESart. Coleção Banco Espírito Santo
A exposição O Presente: Uma Dimensão Infinita é um extenso relato que parte da coleção de fotografia que o Banco Espírito Santo reuniu ao longo dos últimos quatro anos, com mais de quatrocentas e cinquenta obras de cento e setenta e seis artistas, portugueses e estrangeiros, alguns de grande prestígio e outros jovens valores. Esta coleção de imagens fotográficas, que apresenta grande diversidade, permite-nos conhecer em primeira mão as transformações e avanços produzidos na arte contemporânea dos últimos vinte anos.
Colecionar é mostrar uma visão particular de um tempo e uma coleção deve aceitar que a arte é o resultado de um contexto criativo, social e histórico. Esta exposição surge do desejo do Banco Espírito Santo de partilhar com um amplo espetro de público a necessidade de contar, através das obras de arte, o presente, e imaginar um hipotético futuro, oferecendo igualmente um panorama do mundo, que apenas os artistas nos podem dar. Através desta coleção acedemos a uma pluralidade de olhares que nos convidam a refletir sobre a nossa realidade, estimulados por obras que remetem tanto para as marcas do passado, como para diversos aspetos culturais, sociais, económicos e políticos da nossa atualidade.
A coleção BESart inclui obras sobre temas como a subjetividade da fotografia, o regresso ao realismo e a relação entre a fotografia teórica e a estética geral. Na arte contemporânea, a fotografia transformou-se em algo tecnicamente menos pragmático e poeticamente mais criativo, o que significa que é mais um processo do que um meio.
Em termos históricos, a fotografia foi um documento tradicionalmente associado à retórica de uma linguagem emocional que chegou a regular a perceção e evolução das imagens documentais, mas, hoje em dia, existem milhares de códigos para interpretar a fotografia e as suas múltiplas leituras. Até aos anos oitenta do século XX a fotografia praticamente não era aceite como arte, até que o pós-modernismo impôs o tema e mostrou como o fotográfico (enquanto representação da realidade, infinitamente dispersa) é o meio através do qual vemos tudo.
A exposição O Presente: Uma Dimensõo Infinita, a partir da coleção BESart - Coleção Banco Espírito Santo, é uma seleção de obras unidas por um subtil fio condutor, que procura dar uma visão sintetizada das características mais significativas que distinguiram este processo artístico das últimas décadas e assim compreender os diversos comportamentos que implicaram um compromisso com a contemporaneidade. Num primeiro olhar, poderia dizer-se que a ênfase está posta na sua diversidade, mais do que numa unidade formal ou temática. Apesar desta consideração, existem muitas relações de diferentes tipos que unem os trabalhos expostos, criando códigos que ecoam ao longo de toda a exposição.
De qualquer forma, reconhecemos que não é tarefa fácil penetrar neste extravasar dos limites que é a arte atual e por isso esta exposição apresenta-se também como uma espécie de relato. Um relato que transcorre ao longo de um conjunto de âmbitos ou secções, que vinculam as propostas de diversas gerações de artistas portugueses e estrangeiros. A divisão não pretende em absoluto classificar ou categorizar, mas apenas dar maior fluidez e clareza ao percurso. Cada uma das oito secções gira à volta de certos traços, obsessões ou ideias comuns, estranhas afinidades ou encontros peculiares, independentemente da geografia e do enquadramento temporal. As propostas que se apresentam, caraterizadas pela sua natureza diversa, evidenciam a pluralidade de possibilidades que convivem no meio fotográfico contemporâneo.
A ideia na base da seleção das obras e da sua exposição em secções temáticas - Naturezas: Universos Privados; Retratos; Narrações, Ficções e Realidades; Sociedade e Vida Urbana; Conceitos, Ideias e Críticas; Espaços, Lugares, Objectos; e Arquitecturas - é mostrar ao público a fotografia como um meio fascinante e repleto de múltiplas facetas e realçar a diversidade e profundidade do pensamento artístico no campo da fotografia.
María de Corrall e Lorena Martinez de Corrall, comissárias
[excerto do texto publicado no catálogo da exposição]
«A fotografia é um meio capaz de transformar imediatamente numa imagem o ato de ver o que vemos. Está presente em todos os lugares do universo. Desempenha um papel educativo em todas as sociedades e em qualquer área das nossas vidas, seja no contexto privado, público, íntimo, laboral ou comercial. A fotografia revela o desejo e a paixão, a fantasia e o poder, a crítica e a violência, a nostalgia e a realidade: é, sem dúvida, um imenso arquivo da vida.»
María de Corrall e Lorena Martinez de Corrall
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