Coleção Berardo (1960–2010)

Coleção Berardo (1960–2010)
Exposição permanente
Piso: 
-1
Coleção Berardo (1960–2010)
Exposição permanente
Piso: 
-1
Corpo de texto: 

Neste piso, a apresentação da coleção do museu é dedicada ao período que se inicia em 1960 e se prolonga por cinco décadas. A exposição agrupa os mais significativos movimentos artísticos das neovanguardas, como sejam o minimalismo, o conceptualismo, o pós-minimalismo, a land art ou a arte povera, entre outros. No curso destes movimentos, o objeto artístico foi sofrendo uma profunda reconfiguração das suas categorias tradicionais, pelo que a sua manifestação implicou não só a realização de pressupostos apenas vislumbrados pelas vanguardas históricas como também um refazer no depois daquele tempo.

O percurso inicia-se com as experiências minimalistas, que reclamaram o primado da experiência percetiva sobre o conhecimento linguístico do objeto artístico, a que se seguiu um aprofundamento do sensorialismo, já não restringido ao âmbito da visão mas sim extensível aos movimentos do corpo do observador. A interrogação do conceptualismo sobre o papel da linguagem verbal e a relação desta com a imagem, geralmente fotográfica, definiu uma outra ordem para o objeto artístico, que perdeu a sua relação com o fazer artesanal e se posicionou como ideia daquilo que pode ser enquanto arte. Se a arte minimal havia valorizado o objeto produzido industrialmente, a arte povera italiana veio confrontar essa determinação tecnológica com o valor das substâncias naturais e a memória poética decorrente, numa dialética crítica. Por seu turno, a land art veio alargar o campo de atuação artística para a própria paisagem e da própria paisagem para o museu. A emergência do corpo como meio de realização artística preocupou vários artistas no início da década de 1970, e os trabalhos destes são documentos de ações artísticas que perduram a partir daqueles testemunhos. A par disto, são apresentadas a emergência da prática do vídeo, com a diversidade de posicionamentos que lhe dão origem, e a nova fotografia alemã, sistemática e documental dos monumentos de uma ordem económica oriunda de uma cultura que havia rejeitado o objeto artístico.

No panorama destas cinco intensas décadas, cruzam-se alguns dos principais posicionamentos artísticos do Ocidente no terceiro quartel do século xx e na primeira década do século xxi. 

Pedro Lapa
Curador

Texto secundário: 

Núcleos:
Pintura sistémica
Minimalismo
Conceptualismo
Pós-minimalismo
Corpo revolucionado
Nam June Paik e Bill Viola
James Turrel
Support-surface e BMPT
Land art
Arte povera

Christian Boltanski
Jeff Wall
Reincidência do género
A fotografia alemã
Apropriacionismo
Nan Goldin
Realismo traumático
Jorge Molder
Discurso de alteridade
Gabriel Orozco
João Tabarra
Stan Douglas

Artistas:
Vito Acconci
Helena Almeida
Carl Andre
Giovanni Anselmo
Art & Language
Bernd & Hilla Becher
Larry Bell
Ashley Bickerton
Alighiero Boetti
Christian Boltanski
Louise Bourgeois
Daniel Buren
Tony Cragg
Richard Deacon
Stan Douglas
Jimmie Durham
Dan Flavin
Hamish Fulton
Robert Gober
Dan Graham
Nan Goldin
Douglas Gordon
Dan Graham
Andreas Gursky
Jenny Holzer
Rebecca Horn
Donald Judd
Anish Kapoor
On Kawara
Ellsworth Kelly
Jeff Koons
Joseph Kosuth
Jannis Kounellis
Sol LeWitt
Richard Long
Robert Mangold
Agnes Martin
Allan McCollum
Ana Mendieta
Mario Merz
Jorge Molder
Olivier Mosset
Matt Mullican
Bruce Nauman
Manuel Ocampo
Dennis Oppenheim
Gabriel Orozco
Tony Oursler
Nam June Paik
Pino Pascali
Giuseppe Penone
Michelangelo Pistoletto
Sigmar Polke
Richard Prince
Pedro Cabrita Reis
Gerhard Richter
Ulrich Rückriem
Thomas Ruff
Robert Ryman
Julião Sarmento
Richard Serra
Ernesto de Sousa
Haim Steinbach
Frank Stella
João Tabarra
Rosemarie Trockel
James Turrell
Adriana Varejão
Claude Viallat
Pires Vieira
Bill Viola
Wolf Vostell
Jeff Wall
Sue Williams
Lawrence Weiner
Gilberto Zorio