Coleção Berardo Minimalismos e Conceptualismos

Coleção Berardo Minimalismos e Conceptualismos
Exposição permanente
Inauguração: 
27 Abr 2022 - 10h
27/04/2022
Piso: 
-1
Curadoria: 
Rita Lougares
Coleção Berardo Minimalismos e Conceptualismos
Exposição permanente
Inauguração: 
27 Abr 2022 - 10h
27/04/2022
Piso: 
-1
Curadoria: 
Rita Lougares
Corpo de texto: 

Nos anos sessenta, o mundo vive o rescaldo da Segunda Guerra Mundial, da qual se tenta recuperar, e da Guerra Fria. A par do imperialismo norte-americano e da influência soviética, surgem novos movimentos artísticos de contracultura — não só contra o capitalismo e o consumismo mas também contra a cultura soviética — que influenciam as artes visuais.
Nesta galeria, a apresentação da coleção inicia-se em obras da década de sessenta, com as primeiras experiências minimalistas, baseadas em ideias de despojamento, simplicidade e neutralidade, construídas com materiais industriais. São obras que pressupõem a interação e a perceção do observador, incitando-o a novas experiências. Esta tendência contemporânea — voltando-se para o espaço, incorporando e/ou transformando a obra — é explorada também pelos desdobramentos pós-minimalistas e conceptuais.
«A ideia torna-se uma máquina de fazer arte», citando Sol LeWitt, no seu artigo «Paragraphs on Conceptual Art», de 1967. De facto, a arte dos anos sessenta valoriza a ideia, o conceito e a atitude em detrimento da imagem e do objeto artístico final. O objetivo é o de produzir arte e, ao mesmo tempo, refletir sobre esta. De capital importância é o uso das novas tecnologias de produção contemporânea — a fotografia, o vídeo, a televisão, o computador etc. —, que trazem novos elementos para o debate social e político e ampliam significativamente as suas possibilidades de expressão.
O minimalismo ocorreu durante um período muito curto — entre 1963 e 1969 — e traduziu-se num questionamento sobre o estatuto do objeto num espaço concreto e sobre o papel do seu observador. Este questionamento teve um papel central nas mudanças que ocorreram posteriormente e permitiu uma abertura para o entendimento da obra de arte como cruzamento de performatividades. Nesta galeria, as obras expostas são indissociáveis do espaço e tempo em que estão apresentadas e de quem as observa. Fazendo desse processo de partilha a relação com a obra de arte, são exercícios mentais que trabalham e transformam aquelas noções temporais e espaciais.

Rita Lougares
Diretora Artística