Collier Schorr. German Faces

Collier Schorr. German Faces
Exposição temporária
Autor(es): 
Collier Schorr
31/05/2010
- 15/08/2010
Piso: 
2
Curadoria: 
Sérgio Mah
Collier Schorr. German Faces
Exposição temporária
Autor(es): 
Collier Schorr
31/05/2010
- 15/08/2010
Piso: 
2
Curadoria: 
Sérgio Mah
Corpo de texto: 

Esta exposição centrou-se nos trabalhos que Collier Schorr tem realizado ao longo das últimas duas décadas sobre uma pequena cidade, Schwäbisch Gmünd, situada no sul da Alemanha. Com o tempo, Collier Schorr foi-se integrando cada vez mais na vida da comunidade, explorando a sua quotidianidade, os seus traços culturais bem com as suas idiossincrasias psicossociais. É um retrato sobre um lugar que se constitui pela convocação de diferentes assuntos, nos quais se incluem pessoas, espaços, objetos e momentos na paisagem. As imagens sugerem temas e histórias entrelaçadas, num território em que a (in)consciência do tempo e da história pairam como uma sombra sobre a experiência diária. [...]

Neste contexto, Collier Schorr combina os papéis de fotógrafa, com os de antropóloga social, de psicanalista e de contadora de histórias, num trabalho que se alimenta das deambulações psíquicas entre legibilidade e ilegibilidade, entre a observação documental e a figuração mental. Como tal, as imagem situam um tempo simultaneamente suspenso e dilatado, em que passado e presente estão atados, também como forma de sugerir nostalgia, tensão, drama, ansiedade e trauma. Este é um lugar marcado pela memória, pela guerra e nacionalismo, pela emigração e reconstrução social, ou seja, uma realidade determinada pelo tempo, que a artista procura examinar de forma a fazer emergir os seus efeitos psíquicos e sociais. Com efeito, mais do que procurar os vestígios da guerra, Collier Schorr representa uma realidade vernacular, um mundo bucólico à espera de se regenerar, de resolver ou de tornar tolerável a sua própria história. Por conseguinte, esta pequena cidade bem como estes rostos alemães compõem uma metáfora da Alemanha do pós-guerra, uma sociedade presa na sua própria história. Mas podemos perceber também um alcance mais geral, como uma ampla reflexão sobre a relação entre a imagem e a herança histórica, e como uma problematização crítica do icónico e das suas implicações culturais e políticas.

Sérgio Mah, Comissário

 

 

Exposição organizada no âmbito do festival de fotografia PHotoEspaña. 

 

Texto secundário: 

Collier Schorr é uma artista norte-americana (1963, Nova Iorque) cujo trabalho tem privilegiado a fotografia, mas também a colagem, o desenho e o vídeo. As questões em torno da história, da memória coletiva e da identidade social têm ocupado o centro das suas preocupações temáticas e concetuais, num imaginário de grande rigor estético e técnico e que oscila por diferentes géneros documentais e ficcionais.