Rui Sanches: Espelho

Rui Sanches: Espelho
Exposição temporária
Autor(es): 
Rui Sanches
Inauguração: 
09 Out 2019 - 19h
10/10/2019
- 12/01/2020
Piso: 
-1
Curadoria: 
Sara Antónia Matos
Rui Sanches: Espelho
Exposição temporária
Autor(es): 
Rui Sanches
Inauguração: 
09 Out 2019 - 19h
10/10/2019
- 12/01/2020
Piso: 
-1
Curadoria: 
Sara Antónia Matos
Corpo de texto: 

A exposição antológica de desenho de Rui Sanches no Museu Coleção Berardo faz parte de uma exposição mais ampla: "Rui Sanches: Espelho", que acontece em períodos quase coincidentes no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional. Abrangendo quatro décadas de trabalho maioritariamente bidimensional, esta parte da exposição centra-se no desenho e é, quase sem exceção, exposta sobre a parede, ficando acima do nível do chão, ao contrário da escultura — parte da obra exibida no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, sendo aí comissariada por Delfim Sardo.
Aqui, mostram-se séries de trabalho recentes nas quais o artista cruza suportes, meios e técnicas: desenho sobre papel, fotografia, esbocetos de barro, construções de parede em diversos materiais. Esta pluralidade de abordagens permite perceber como o artista transita entre aqueles sem que o desenho se torne subsidiário da escultura, ou vice-versa. Pondo múltiplas referências em jogo, nomeadamente da história da arte, o conjunto de trabalhos revela um pensamento que se descola do plano para invadir o espaço e que, simultaneamente, num movimento inverso, regressa à superfície de papel como que rasgando a sua bidimensionalidade, perfurando-a e criando profundidade.
Não se pretendeu fazer uma abordagem retrospetiva ou cronológica da sua obra em desenho. Procurou-se realçar motivos e aspetos que reaparecem de período em período, ou dar preferência a conjuntos de trabalho pouco conhecidos, talvez mesmo inusitados, como as séries "Mar" (2015) e "Reflexos na Água" (2014) — as quais encaixam perfeitamente no título da exposição, por envolverem uma espécie de «mecânica de espelho» na sua feitura.
Pode dizer-se que, na obra de Rui Sanches, o desenho parece trespassar a folha de papel, sair do suporte, extravasando as suas margens, para lá dele, como se se estendesse pelo espaço. Adquiriu uma qualidade líquida, assim testando a resistência do espectador face à sua imaterialidade, à sua impotência, ao seu quase nada.

Curadoria de Sara Antónia Matos


Rui Sanches. Espelho
10/10/2019 - 12/01/2020
Museu Coleção Berardo - Lisboa