She is a Femme Fatale
Sob o título She Is a Femme Fatale, o novo percurso através da Coleção Berardo é uma proposta dedicada exclusivamente ao trabalho de mulheres artistas e parte de uma expressão retirada da canção Femme Fatale, do mítico álbum de estreia dos The Velvet Underground, The Velvet Underground & Nico, de 1967, inspirada por Edie Sedgwick, musa de Andy Warhol.
A presente exposição dá a ver um conjunto de obras e artistas representativas de um período que vai desde o início do século XX até aos nossos dias, incluindo algumas aquisições recentes da Coleção Berardo, e evoca as transformações operadas em finais dos anos de 1960 e inícios dos anos de 1970 onde um grande número de artistas investigam conceitos sedimentados em importantes revoluções sociais, mas também na construção da subjetividade e de sistemas artísticos, abordando temáticas como a identidade, o género, a sexualidade ou a política, norteadas por uma visão transformadora das leituras complacentes de alguma história da arte.
Estruturada sem recorrer a uma organização cronológica ou a uma perspetiva histórica, She Is a Femme Fatale explora o espaço intimista do Piso -1 do Museu Coleção Berardo, numa sucessão de divisões concebidas explorando a ideia de Casa, em jeito de percurso sinuoso.
Neste espaço pensado à escala humana é estabelecida uma cadeia de relações entre várias artistas, permitindo múltiplas leituras. Assim, o público terá oportunidade de se confrontar com a obra Torso, Self-Portrait, 1963-64, de Louise Bourgeois, representativa do corpo em metamorfose, em diálogo com Untitled (Vivienne Westwood), 1993, uma fotografia de Cindy Sherman, traduzida numa construção grotesca que utiliza códigos da sociedade massificada e mediatizada. No trabalho de Hannah Villiger, o corpo despido da própria artista é veículo para visões deformadas, quase abstratas, que evocam a escultura, ao passo que Helena Almeida deixa antever o seu processo criativo através do desenho. De Ana Mendieta podem ver-se filmes que documentam as suas performances de cariz sacrificial, e de Aino Kannisto fotografias de um quotidiano minuciosamente encenado como um palco de uma peça de teatro. Continuando com a fotografia, as imagens de Francesca Woodman dão visibilidade ao inconsciente e ao surreal, enquanto que Adriana Varejão transforma a sua pintura num campo de batalha do qual o espectador pode, literalmente, ver os despojos.
Também são apresentadas obras de outras artistas, tais como Rosângela Rennó, Margarida Correia, Shirin Neshat, Paula Rego, Pilar Albarracín, Guerrilla Girls entre outras. De Vera Mantero apresenta-se um registo vídeo da peça Olympia, 1993, a partir da famosa pintura de Manet, e Curso de Silêncio, 2007, um filme que estabelece relações entre o corpo e a produção literária de Maria Gabriela Llansol. Já Susanne Themlitz realiza para esta exposição uma instalação site-specific.
A exposição inclui trabalhos de mais de duas dezenas de artistas, de países como Portugal, Espanha, Brasil, EUA, Finlândia, Suíça, França, Irão e Cuba, entre outros, e abrange meios operantes diversos que incluem a pintura, a escultura, a fotografia, o desenho, o filme, o vídeo, a performance e a dança contemporânea.
A exposição She Is a Femme Fatale teve um segundo momento entre 8 de abril e 4 de junho de 2010 no espaço do Campus Universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa no Monte da Caparica (Almada). Esta segunda apresentação contemplou uma reformulação da exposição, com a apresentação de obras da Coleção Berardo que não foram integradas na primeira parte.
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Museu Coleção Berardo
1449-003 Lisboa, Portugal
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(Chamada para a rede fixa nacional) www.museuberardo.pt