Programa Especial no âmbito da exposição No Place Like Home

Em 1917 Marcel Duchamp apresentou a obra a “Fonte” à Sociedade de Artistas Independente de Nova Iorque. A exposição No Place Like Home, que inaugura a 28 de fevereiro no Museu Coleção Berardo, celebra o centenário desta obra que se tornou um dos readymades mais conhecidos. A mostra examina a forma como os artistas incorporaram e transformaram objetos domésticos e do quotidiano na criação artística, em parte através da influência de Duchamp. Estes objetos perdem os seus significados utilitários e, sob uma nova estratégia, ganham uma nova leitura, assim constituindo uma outra forma de olhar, ver e interpretar.

Partindo desta herança histórica, o Serviço Educativo preparou uma programação especial comemorativa do centenário da obra «Fonte», entre visitas temáticas, cursos, atividades para famílias e oficinas de férias.

Sofia Nunes, crítica de arte, concebeu uma visita temática intitulada “He CHOSE it, Fonte 1917”, que explora o caminho de que a ideia de arte foi invertida, bem como as convenções tradicionais que a sustentavam. Esta visita vai realizar-se duas vezes por mês, de março a maio, aos sábados às 17h30 sob marcação prévia.

No mês de maio decorrerá o curso "Semiótica da Cozinha - A Transitoriedade do Objeto. De Marcel Duchamp a Martha Rosler”, com orientação dos artistas e investigadores Ana Rito e Hugo Barata. Este curso vai procurar analisar as estratégias da apropriação, do desvio, da recombinação, da simulação e da citação nas artes visuais, desde o início do século XX à contemporaneidade. Aos adultos dedicaremos ainda uma atividade contínua, aos sábados e domingos à tarde, onde convidamos o nosso público a jogar com os sentidos dos objetos, fazendo um arquivo fotográfico das diferentes apropriações.

Já as famílias poderão explorar os conceitos desta exposição através de atividades aos domingos às 11h00, para crianças dos 2-4 anos, e às 15h00 para crianças dos 5-10 anos. De igual modo, as oficinas de férias de Páscoa dão oportunidade a crianças dos 4 aos 13 anos de criar os seus próprios readymades, trazendo objetos de casa e do seu quotidiano de forma a questionarem o que é a arte, para que serve, o que é uma obra ou o que é o belo.

Por fim as escolas, sempre bem-vindas a este museu, poderão realizar visitas orientadas sob marcação prévia, existindo para os mais novos, primeira infância (2-3 anos) e pré-escolar, duas visitas-jogo, são elas “De pernas para o ar” e “Está alguém em casa?”, para o 1.º e 2.º ciclo a visita-jogo “A minha primeira no universo do readymade” e para o 2.º e 3.º ciclo "Caderno de investigação" e por fim para secundário e universitário as temáticas "Vai mais é pr'a casa - Arte, feminismo e esfera doméstica" e “A apropriação de objetos do quotidiano: reflexões a partir de "No Place Like Home”.